Tão ou mais importante que o sete de setembro é a data 20 de setembro para os gaúchos, que comemoram nessa terça-feira o 187º aniversário da Revolução Farroupilha (1835-1845). Foi uma luta dura que durou 10 anos, a mais longa guerra separatista da história do Brasil e tinha por objetivo propor melhores condições econômicas à Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, como era chamado o estado, na época do Império.
Só em 1978, por uma lei estadual, foi decretado o dia 20 de setembro (início da revolta) feriado em todo o Rio Grande do Sul, e há menos de 30 anos, a data passou a ser o “dia do Gaúcho”, comemorado com muita festa, churrasco e divertimento. Sem nenhum constrangimento pelo fato de celebrar a guerra que perdeu, porque acha mesmo que ganhou. Forte, corajoso e guerreiro são as marcas identitárias do gaúcho. Como as do empresário Paulo Roberto Werlang, de 63 anos, nascido em Santa Cruz do Sul, que aos 10 anos se transferiu com a família para Agudo, uma cidade de 16 mil habitantes, localizada a 60 quilômetros de Santa Maria (RS).
Foi lá que cresceu, se formou em Ciências Contábeis, abriu supermercado e abatedouro e integrou o grupo de voluntários que toda a semana fazia churrasco para clubes de serviço, igreja e colégios. Até que os negócios foram mal, “porque eu não repassava para o cliente os custos provenientes de um processo dispendioso, focado em segurança alimentar feito em pequena escala e disponível para uma população semelhante a do Sudoeste”, explicou.
Negócio em família
Uma sobrinha médica oncologista, residente em Brasília, chamou o tio para ajudar na gestão da clínica e menos de um ano mais tarde, PR, como é conhecido o empresário-churrasqueiro pelas iniciais do prenome, deu uma cartada arriscada: comprou com o que lhe restara no Sul o ponto de um restaurante na esquina do Bloco F da 709 Norte, que logo batizou como Asa Gaúcha, inaugurado em 11 de agosto de 2005.
“Sempre gostei muito do desenho de asas, que simbolizam voo e liberdade e, para mim, também o trabalho altruísta em favor de entidades paroquiais e beneficentes”, conta Werlang, que reproduziu em Agudo boi no rolete, prática surgida no Paraná, “para arrecadar recursos para a escola particular, Dom Pedro II, fundada pelo meu avô materno Emilio Berger”. Debaixo da Asa Gaúcha atuam também os filhos Júlia, formada em gastronomia pela Unieuro, e Arthur, em ciências contábeis, que cuida da administração com o pai. A mãe Maria Helena desfruta de aposentadoria obtida no magistério.
Leia a Matéria completa da Coluna da Liana Sabo no Correio Braziliense:
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